Este texto é dedicado a homens e mulheres e faz pontuações para
ambos. Existe uma necessidade urgente de se entender o que está acontecendo com
a podolatria e os caminhos supostamente lucrativos que algumas pessoas estão
idealizando para este fetiche e que não são tão reais como se supõe. Envolvem
riscos e decepções. E ainda, prejudicam uma série de vitórias conquistadas a
respeito da aceitação pela prática da podolatria.
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Ultimamente, de uma hora para outra, você que já está no meio
fetichista há um tempo, ou mesmo você que acabou de chegar, descobriu que nas
redes socais existe uma falação de que tem “uns caras aí”, que são tipo
“escravos de pés”, e pagam para beijar pés femininos.
Em um primeiro momento (para a mulher) pensar em alguém pagando
para beijar-lhe os pés desperta uma sensação incrível de superioridade, não é?
Seria assim tão simples? Homens aos montes dispostos a pagar para rastejar por
você!? #SQN
Toda essa história de fissurados por pés vai muito mais além e se
você é do time de garotas que considera o seu pé até bonitinho, achou a ideia o
máximo, e tratou de fazer um “perfil fake pérsonalizado” para ganhar algum
dinheiro com essa onda é bom você saber de certos detalhes realistas sobre tudo
isso, e tratar de colocar os pés no chão.
:::::::::::::::::::::::::: texto by
doug dink
Já que o assunto é com pés, vamos passo a passo.
Para começar, você sabe o que é um fetiche? (fetiche (erótico): objeto inanimado ou parte do corpo
considerada como possuidora de qualidades mágicas ou eróticas). Segundo
passo, você sabe entender e respeitar um fetichista? Ao contrário do que
certamente prioriza na mentalidade coletiva, um fetichista não é um tarado que
só por gostar de algo inanimado está com algum distúrbio em seu intelecto. –
salvo casos isolados de parafilia em que a pessoa só obtém o prazer de uma
única forma, proveniente de seu fetiche.
Em linhas bem resumidas, um fetichista (saudável) é alguém que
descobriu formas a mais e variadas de obter prazer a partir de sua excêntrica
capacidade de fantasiar cenas e situações. Um fetichista é plenamente feliz
quando encontra parceiras(os) que compartilham das mesmas fantasias e estão
dispostas a embarcar nas cenas idealizadas por ambos. Portanto, ambos precisam
curtir o que acontece em uma cena fetichista. Seja ela qual for.
Por razões culturalmente óbvias, a prática fetichista se associa
ao tesão, e o tesão se associa ao sexo. Ou seja, para a pessoa se saciar com
seu fetiche é preciso que ela esteja envolvida em um ato íntimo com outra, ou
com ela mesma e seus pensamentos, nos casos de masturbação.
O que é
uma sessão paga de podolatria?
Navegando por grupos sobre o tema podolatria nas redes socais você
provavelmente já se deparou com alguns, cujo titulo tem os dizeres: “sessões
pagas de podolatria”.
São grupos que logo chamam a atenção, afinal são muitos participantes
já inscritos. Se você (iniciante no tema) entrar no grupo para tentar entender
do que se trata, vai notar que a maioria das fotos postadas são de pés
femininos, dos mais variados tipos, e possuem centenas de curtidas e
comentários. Pelo teor adeusado dos comentários, vai parecer que realmente os
caras ali fariam qualquer coisa para ter acesso aos pés que se apresentam. E
naturalmente então, basta a dona dos pés colocar um valor a ser cobrado para
que o fato seja consumado.
Uma vez estipulado o valor, basta cuidar bem do pé, passar no
pedicuro e combinar um encontro?
Bom, se você achou que era isso, é hora de compreender que papo é
esse de homens que pagam por “sessões” para beijar pé.
Começando de uma forma didática; Sessão (com dois esses) é o mesmo
que período, ou seja, a proposta do grupo é a venda de um determinado tempo
geralmente contando em horas para que uma pessoa ofereça seus pés para que a
outra pessoa possa tocá-los, beijá-los, lambê-los e muito mais, em troca de um
valor combinado entre ambos.
Nesses grupos, mulheres acima de 18 anos publicam incansavelmente fotos
de seus pés para atrair os interessados. Algumas dessas mulheres, por
estratégias em lidar com a concorrência, divulgam também seus rostos e partes
do corpo a fim de valorizarem seus anúncios. Há postagens de todos os estados
do Brasil. Algumas anunciantes inclusive divulgam as viagens que estão prestes
a realizar e por isso podem atender clientes de outras localidades.
Registre bem essa passagem: Tais clientes são contatos oriundos de
uma rede social de internet. Ou seja, podem ser qualquer um! Qualquer tipo
físico, qualquer idade, qualquer mentalidade, qualquer intencionalidade...
Registre bem essa outra passagem: Publicação de fotos do seu corpo
com um valor atrelado e ofertado a quem estiver disposto ao pagamento - Este
tipo de conduta não é nenhuma novidade no ramo de “atendimentos entre pessoas”.
No senso comum esse comportamento é o mesmo usado por meretrizes que
cobram por um período de tempo determinado e propiciam atos que envolvam toques
corporais. Seja com sexo, ou não.
IMPORTANTE: O PORTAL PÉ-TÁ-LÁ NÃO VAI DEBATER A QUESTÃO DO CERTO
OU ERRADO, PERMITIDO OU PROIBIDO, MORAL OU IMORAL. MAS ESTE TEXTO TEM A INTENÇÃO
EXPLÍCITA DE ESPLANAR AS SITUAÇÕES APRESENTADAS. E OS DIZERES A SEGUIR SÃO
BASTANTE INCISIVOS.
Um assunto que constantemente é debatido em grupos temáticos sobre
as tais “sessões de podolatria” é a questão: - fazer isso seria uma espécie de
prostituição?
A resposta mais comum nesses debates (e que parece querer amenizar
a culpa dos participantes) é a de que uma sessão de podolatria jamais seria
prostituição, pois a mulher que realiza não irá praticar o sexo, aliás, ela nem
irá se despir. Supõe-se então que ela simplesmente esticará os pés para saciar
o podólatra que a procurou.
Só que você acha que uma sessão “erotizada” e baseada em uma ação
fetichista é simplesmente isso e basta ficar assim nessa situação por alguns
minutos? Eis a resposta realista para você que anda com os pés nas nuvens: Não,
não é.
Voltemos a citações no início desse texto. Um encontro fetichista
envolve explicitamente o tesão.
Compreenda: Ter os pés e sapatos venerados pode até não ser o seu
tesão como mulher, mas definitivamente é o tesão do cara que vai lhe pagar para
lhe tocar, mesmo que o toque seja só nos seus pés.
Clique para ver o acervo completo de fotos e videos de pés.
Pé ante Pé.
A seguir, iniciam algumas das diversas questões as quais este
artigo se intenciona.
Considere:
1 - Se você tem curiosidade em saber, em uma sessão de podolatria
um “cliente” estaria disposto a beijar e lamber seus pés ou seus calçados,
sujos, suados ou limpos, ser pisoteado, ser pisado no rosto ou membros, e o que mais a
imaginação permitir. Durante qualquer um desses procedimentos é evidente que o
homem, desejoso pela situação, ficará excitado. Na maioria dos casos a intenção
dele ao pagar pela sessão será principalmente poder se tocar até ejacular
enquanto pratica as tais cenas. E vale lembrar que há também fantasias em que o
maior desejo é ser masturbado pelos pés que estão ali à disposição (prática
chamada de footjob).
Você está pronta e disposta para tamanho grau de intimidade?
Lembre-se que a intimidade envolve fluídos e o cheiro do parceiro. Sem falar
que em uma situação pós clímax algumas pessoas mudam drasticamente de
comportamento. Você consegue imaginar os riscos e imprevistos até aqui? De ter
embarcado em uma brincadeira com um desconhecido, (conversado pela internet), e
de repente estar a sós com ele, não para somente ganhar algum dinheiro e sim para
excitá-lo?
2 – Garotas de programa e também as garotas escorts (que são as
garotas de programa em geral muito bonitas, consideradas padrão Vips/universitárias)
há muito tempo são familiarizadas com essa extensão do atendimento
“fetichista”. Inclusive, atender a esse
“serviço de fetiche” (envolvendo pés, acessórios e fantasias diferenciadas) é
um dos chamarizes mais cotados na profissão delas. Faça buscas em qualquer site
do gênero e verá que praticamente todas atendem a chamados de podolatria e
outros fetiches e sempre oferecendo, além da sessão, o “plus a mais” que é a
finalização com o ato sexual (da maneira como o cliente pedir) e sem frescura -
visto que esse é o requisito básico de seus anúncios.
Você que entrou em um grupo de podolatria certamente não quer
oferecer o plus a mais, pois você acredita que somente permitir o toque nos
seus pés é o atrativo principal da proposta. Mas então, quanto você acha que
vai lucrar por uma sessão de podolatria? E quanto você acha que uma garota
Escort cobra por isso, e ainda faz/oferece (sem pudor) o ato sexual, e na
maioria dos casos ainda incluem no atendimento o local para que tudo aconteça
(geralmente os flats que elas residem)? Se o seu preço é igual ou até mais caro
do que a concorrente, mas a sua vantagem é menos atrativa, você seria o produto
que vai ficar na prateleira. (pense nisso)!!!
Sim, você leu “produto”. Deixe a ingenuidade de lado e assuma o
fato real. As mulheres que acreditam que junto ao universo da podolatria podem
gerar algum retorno financeiro, elas estão transformando os seus pés em
produto. E o ato conseqüente é o de consumo.
E por mais que sua identificação com o fetiche seja realmente a de
ter prazer com a situação e por isso você se considera capaz de prestar um
atendimento qualificado, dosado da sua capacidade caprichosa e atenciosa e até
carinhosa com alguém, no momento fatídico em que um valor em notas de dinheiro
está presente no contexto e condiciona a troca de intenções, isso se chama
venda de produto e/ou serviço. E o foco do consumidor é a satisfação própria ao
adquirir o que comprou.
Cena da série "The client List" sobre uma mãe de família que passa a fazer programas, como recurso financeiro. Clientes fetichistas são retratados na série, assim como demais atendimentos "padrão" com imprevistos e riscos que o serviço engloba.
3 – Na maioria das vezes, os clientes podólatras que estão à
procura de encontros são os mesmos que (eventualmente) buscam os serviços das
garotas de programa que atendem fetichistas. E ao marcar encontros, eles não
vão até você considerando que será uma situação diferente. Eles vão até você
para realizarem as necessidades pessoais deles. O preeminente nesse caso é que ao entrarem
em um grupo com mais opções de mulheres expondo seus pés, fica para eles a
sensação de que a lista de escolhas aumentou, ou ainda a sensação ilusória de
que uma garota feet que oferece sessão paga em um grupo de rede social (e não
em um site adulto), realmente deseja a prática da podolatria por ter um gosto
próprio pelo assunto. Apesar de até existirem as mulheres que realmente curtem
o lance por ter um homem beijando seus pés e ainda pagando, o cliente podólatra
deslumbrado é o primeiro a se queixar quando percebe que conheceu a garota
supostamente tão fetichista quanto ele, mas em poucos segundos de conversa
constata que foi envolvido em mais uma trama da lei da oferta/procura. Ele
dedicou horas trocando mensagens e combinando com a outra parte a sua sessão
dos sonhos, topou pagar um valor que ele considerou justo por finalmente ter
encontrado sua musa personificada com a qual fantasia, e o máximo que obteve
como retorno foram respostas evasivas, com interesses superficiais sobre a
prática e a postura única e descarada de que a sessão transcorra no estilo
pague, pegue e suma. Um verdadeiro pé na bunda, do cliente pagante.
4 – É conciso também notar que existe um “perfil de cliente” que
caracteriza muitos dos podólatras pagantes que estão a procura dessas sessões
ofertadas. Tal perfil é composto por dois pontos: carência e timidez. É
exatamente por isso que ele (o cliente) está na internet e inicialmente
demonstrará enorme interesse em qualquer anuncio provocativo de pés que ele
encontrar e imaginar que está ao seu alcance.
Para ele é uma oportunidade de enfim realizar um encontro com
garotas que exibem seus lindos pés e mostram interesse em conhecer quem possa
venerá-los. Mas pense: porque ele não faz isso com as garotas de programa e vai
fazer com você? Há algumas razões para isso, mas a mais freqüente é que um
podólatra, com tais características, só está considerando a possibilidade de
pagar um valor para beijar pés, pois ele acredita que ao estabelecer contato em
uma primeira sessão, será sua chance maior de tentar manter um vinculo com você.
De repente ele pode até criar uma amizade, e quem sabe se tornar seu amigão (e
não mais um cliente) e você pode chamá-lo para massagear os seus pés sempre que
você quiser, e também os pés de suas amigas. E claro, ao convidá-lo, tudo seria
de graça!!! Afinal, vocês agora se conhecem bem e possuem um interesse em
comum. Se ambos gostam da mesma coisa por igual, nada mais natural do que compartilharem momentos. Uma mão lava a outra. Pagar a primeira sessão foi como lhe pagar uma
bebida no bar. Vocês flertaram e agora já se consideram com laços firmados de
aceitação. Devem agora aproveitar e o benefício para cada um é a fantástica experiência, não a recompensa em espécie.
A citação acima não é regra, mas é bastante predominante. Lembre-se,
estamos falando de fetiches e fantasias e a mente imaginativa masculina possui
um padrão de comportamento típico. Homens (em grande maioria) são criados para
serem garanhões que conquistam a sua caça, e a tomam para si. O serviço pago de
“profissionais do sexo” não dão ao homem essa possibilidade de criar um vínculo
com a atendente, pois as regras são bem esclarecidas e alguns caras sentem
enorme preconceito pelo estilo de vida que elas levam. Mas encontrar um perfil
de uma garota super comportada, ou misteriosa, e que gosta de podolatria é um
sonho altamente desejado. Mas e aí? Qual é a realidade desse vínculo que o seu
anúncio de sessão paga está disposto a firmar? Você gosta mesmo de receber
carícias nos pés e está procurando um parceiro para isso, ou está só fazendo
pelo dinheiro? Você pretende contar a verdade para o seu cliente? Ou
simplesmente vai bloqueá-lo na rede social, caso ele se torne pegajoso demais?
Colocando
os pés no chão.
Vamos agora falar de uma maneira menos complexa e mais simplista,
e que também é bastante observada.
- Você “mulher dona de si” é do tipo que argumenta:
“dane-se o que os outros pensam. A ideia da proposta é fazer
sessões cobradas sim. O plano é sempre agendar encontros em hotéis e motéis e
se alguma coisa fugir do controle é só gritar e sair correndo. Se preciso for,
basta chamar a polícia. Depois é só voltar aos grupos da internet e denunciar o
perfil do cara que não cumpriu o prometido, que foi ameaçador, que foi um
grosseirão estúpido ou que até disse que não ia pagar. Isso também vale pra
denunciar o outro cara que falou que ia pagar, mas na hora não apareceu porque
deve ser um desses pobretões. E também para o outro que fica enviando fotos
obscenas para a caixa de mensagens ou perturbando pelo celular”.
Enfim, há quem pense que uma relação estabelecida por internet e
com solução contrária ao imaginado possa se resolver dessa maneira bem amadora.
A verdade é que enquanto você estiver preocupada em criar uma campanha de denuncia
sobre um perfil fake que não honrou o pré combinado, centenas de outros perfis
fakes estarão sendo criados e centenas de outros perfis fakes irão reviver os
acontecimentos. Pois iludir na internet é o feito mais boçal que existe. Uma
foto de pé ilude um cliente assim como uma oferta de pagamento ilude uma
anunciante. É um ciclo. Ninguém tem o controle sobre isso na internet, e poucos
possuem controle sobre isso na vida real.
Aceite o óbvio. Você está interessada no dinheiro e a outra parte
está interessada em sua própria satisfação pessoal. Assim como você não da a
mínima para os detalhes da satisfação pessoal de outra pessoa, a outra pessoa
decididamente não esta interessada nas suas necessidades e/ou histórias da sua
vida. A relação entre vocês está sujeita ao acaso, pois ter êxito pleno em uma
sessão paga (para ambos os lados) é um jogo de sorte ou azar.
Por que
afinal tantas mulheres surgiram agora com interesse pela podolatria?
Este blog possui diversos textos falando da feliz realidade que o
fetiche da podolatria alcançou graças a disseminação do tema em redes sociais,
mídias tradicionais e assuntos entre colegas de escola e trabalho e etc., que
podem hoje assumir um fetiche tão nobre de adoração aos pés sem ter que
enfrentar um clima de estranhamento preconceituoso.
Tempos atrás, muitos homens sofriam por carregarem esse gosto
oprimido dentro de si e pela falta de encontrarem mulheres dispostas a aceitar
a ideia de ter um homem literalmente de quatro. Hoje, a liberdade que o tópico
possui venceu a vergonha e foi assim que muitas mulheres começaram a conhecer e
se encantar pelos homens podólatras que as desejam por inteiro – da ponta do
cabelo até o dedão do pé.
Desse encantamento começaram a surgir na rede os perfis femininos
que logo se multiplicaram nos diversos grupos dedicados aos pés das mulheres.
Elas se tornaram as Garotas Feets. Elas são desejadas e
idolatradas ao extremo. Seria mais ou menos como esses casos de celebridades da
internet só que em uma área bastante inexplorada e quase virgem, a podolatria.
Até aqui tudo caminhava bem. Muitos fãs de pés e muitas mulheres
interessadíssimas na nova onda, dispostas a exibirem seus pés em videos e
fotos, e acessíveis para discutir sobre o assunto, conhecer segredos da prática
e adorando a ideia de serem virtualmente veneradas, e alguns casais
concretizando encontros reais.
Nos procedimentos praticados dentro desses grupos virtuais o que
se observa são mensagens diárias desejando “bom dia”, “boa noite”, acompanhadas
de fotos com close do pé, quase sempre com rostos cobertos. Ou fotos com cenas
provocativas de uma sessão (real ou capturada da net). Os grupos foram se
espalhando e crescendo. Surgia uma nova proposta de flerte e relacionamento que
também se desenvolvia até os encontros reais que começaram a acontecer com
freqüência (em diversas cidades do país) em meados dos anos 2000. O alvoroço
ficou ainda mais abrangente com a chegada das redes sociais e os LIKES e SHARES
servindo como termômetro de condecoração. Existem mulheres já especialistas em
publicar fotos e videos produzidos intencionalmente parar ganhar Curtidas. Os
elogios virtuais servem até como terapia, provocam bem estar em quem recebe e
satisfação em quem aprecia e contribui com o seu aval virtual.
Só que chegou o tempo de crise, assolando todas as áreas de
atuações de trabalho. E então tudo e qualquer coisa está servindo como
oportunidade de ganho extra. A podolatria, ao que parece, foi escolhida por
alguns para ser a mão (ou o pé) na roda.
De tanta repercussão em grupos temáticos o assunto desse pessoal
vidrado em pés começou a chamar a atenção de gente que até então nunca havia
pensado em fetiche. O famoso boca a boca acabou atraindo as amigas e colegas e
demais perfis “adequáveis”, ao universo da podolatria.
Já no time dos homens, a oferta de tantos pés começou a ser tão
deslumbrante que muitos começaram a arriscar abordagens ousadas para tentar
contato mais próximo, afinal elas se exibem tanto, é porque talvez queiram algo
a mais? Será que topam? Ou, será possível convencê-las?
... Qual seria o preço?
Mediante tanta procura, e tantos pédidos, logo veio a monetização.
E sobre o assunto podolatria são várias as possibilidades de aplicações. Venda de calçados e meias usadas, fotos
e videos sob encomenda, streaming, sites
com conteúdos liberados a partir do pagamento de mensalidades. Para os mais
intensos existe também a venda de “raspas” proveniente da esfoliação dos pés,
embaladas e enviadas pelo correio. E enfim, um método mais chamativo e com
promessa de dinheiro imediato encontrou a grande brecha em meio a tantas
possibilidades: Sessões Pagas de Podolatria.
Sobre o parágrafo acima é instigante refletir: Por que é plausível
vender meias usadas, mas é considerado um ato íntimo vender as calcinhas
usadas? Por que se vende fotos e videos dos pés com intenções de gerar
excitação explícita no comprador, mas vender fotos e imagens de outra parte do
corpo (com a mesma intenção de provocar excitação) já se considera algo erótico obsceno, feito
por mulheres vulgares? E por fim, por que encontrar um desconhecido para deixar
que ele pague para beijar e lamber seus pés (sem sexo) é aceitável, mas cobrar
para um ato permitindo que ele lhe toque e massageie as nádegas ou seios (sem
sexo) já seria inadmissível?
Por que razão as pessoas criaram uma “permissão moral” para
“vender os pés” com intuitos eróticos totalmente ligados a satisfação da
libido, mas seguem com inibição de simplesmente aceitar que o processo é
exatamente igual ao de vender qualquer outra parte de seu corpo?
Para concluir esse assunto de todo esse “modelo de comércio”, vale
lembrar que não ocorre só no Brasil. Tudo isso surgiu e é praticado em escala
bem maior lá no estrangeiro. Então o que está acontecendo no nosso cenário
nacional é tão somente uma cópia do comportamento que se faz lá fora. Só que
devido a questões de caráter e também culturais há uma enorme diferença entre
as formas que essas relações acontecem.
Aos homens podo, enfeitiçados pelas postagens dessa natureza e que
acreditam na aparente multiplicação de mulheres ansiosas para terem seus pés
beijados, vale lembrar que são correntes os casos em que essas tais Garotas Feets
são motivadas a gerar capital com seus pés pelos seus próprios parceiros fixos,
namorados e maridos, na expectativa de um apoio na renda do casal. Elas
publicam fotos incansavelmente na internet e em seguida espalham anúncios
vendendo seus acessórios e até topando marcar encontros, mas definitivamente
não estão interessadas em nada além, a não ser o ganho financeiro imediato pretendido,
pelo produto descartado ou pelo período a ocorrer atentamente cronometrado.
E acrescentando para ambos os lados:
Arriscar encontros com perfis que podem ser 50% a 100% falsos é um
risco em qualquer lugar do mundo. Ir a encontros para práticas íntimas,
acreditando na sentinela de um local neutro é uma estratégia com funcionalidade
imprecisa. Assim como comprar calçados usados e demais itens acreditando que
são reais as promessas da parte vendedora é um possível convite a decepção. Há
muitos casos de perfis femininos fakes criados por homens para vender tais produtos
“pessoais” deste universo fetichista. Há casos de artigos (calçados/meias) achados
na rua ou adquiridos em brechó e vendidos de forma desonesta com uma história
falsa, atrelada a uma foto sedutora de pés capturada pela internet. E o que
dizer das raspas de pés!? E os casos constantes de encontros que nem sempre correspondem
ao que foi imaginado, pois as fotos trocadas virtualmente eram maquiadas. Quer
mais? Saiba que existem também as ocorrências de constrangimentos que
repercutem na rede social, com exposições não desejadas aos amigos e familiares,
ou problemas até mais sérios envolvendo ameaças, chantagens e perseguições.
A
confusão: Rainha / Dominadora / Escravo / Podólatra
São muitos os sites e fóruns na internet que não cansam de bradar
definições para cada denominação existente nas práticas fetichistas. As
definições são validas, pois ajudam todas as pessoas a se entenderem em relação
as suas buscas por parceiros.
Um dos estilos que mais possui termos qualificativos para
designar os praticantes é o BDSM. E um dos tumultos mais ocorridos no BDSM é
entre os termos: escravo e podólatra.
Enquanto o “escravo” é o adepto submisso e que está disposto a
suportar a conduta da adepta top (Rainha/Dominadora), o “podólatra” é tão
somente um admirador do fetiche da podolatria e que não necessariamente pratica
BDSM.
Um escravo pode ser ou não um podólatra. E um podólatra
exclusivamente, não é um escravo.
Porém, um podólatra com sua intenção de adorar pés é um freguês
provável de uma mulher Dominadora e Rainha do BDSM, uma vez que a prática da
podolatria é desejada por mulheres que se enquadram nessa designação.
É aí que surge uma das confusões freqüentemente observada em grupos
de podolatria de redes sociais e similares. Muitos perfis femininos, munidos da
informação de que existe na internet a comunidade de homens adoradores de pés e
carentes de parceiras para realização de suas vontades, começam a surgir com
apelidos e posturas virtuais de personagens Rainhas e Dominadoras, atrás de
seus escravos, que pela interpretação leviana do termo, estariam dispostos a
beijarem seus pés e obedecê-las, e até pagá-las por isso.
E nesse caso, na condição de “pagantes” seriam conhecidos como
“slave money” ou “escravos financeiros” o que é mais uma das práticas do BDSM
celebrada por alguns adeptos específicos e bastante escassos. De forma alguma
essa condição de “servidão financeira” é aceita como artifício generalizado.
A saber*: Ser uma Dominadora BDSM exige um conhecimento muito
amplo de técnicas e procedimentos com enfoques físicos e psicológicos, demasiado estudo de conduta e
concentração. Se você não tem o preparo para se apresentar como uma Dominadora,
não o faça. Do contrário, logo será motivo de chacota como é o caso das
“Dominadoras” e demais perfis equivocados em grupos podólatras e similares, que surgem com
mensagens de linguajar pejorativo intencionando humilhações e xingamentos em
meio a ordens por vezes hilárias para recarga de celular mediante uma foto
postada de seus pés (que pode ser foto de qualquer pé, achada na internet), ou dizendo que marcam
sessões cheias de regras, mas quando estão expostas em encontros reais mal
sabem o que falar e fazer, diante de adeptos experientes.
Voltando a falar das sessões de podolatria, o problema mais
específico neste caso é que o público podólatra não é um público de escravos.
Portanto uma sessão de podolatria não precisa ter uma Rainha. Muitos podólatras
inclusive são amplamente contrários a ideia de submissão. Para esses, a
podolatria é uma prática de contemplação.
Sendo assim, a abordagem dominantemente utilizada (referindo-se aos praticantes como "trouxa", "otário", "capachos", etc) não gera os efeitos desejados. Pois enquanto a intenção costumeira de um
podólatra é agir com o intuito de criar laços afetivos na esperança de
encontrar sua parceira ideal a ser idolatrada e que por tanto tempo ele
procurou, a suposta Rainha/Dominadora (nesses casos em que faz tais postagens enfáticas
e assumidamente atrás de clientes obedientes e submissos) está focada nas
viabilizações financeiras que a foto dos seus pés pode comutar em meio a um
público de podólatras bastante presente.
A situação seguinte é a de ver esses perfis que almejaram podólatras
pagantes, voltando ao grupo para “denunciar” a postura de abordagem que recebem
por inbox, dizendo que não são dignas de um “submisso”. Mais uma vez voltam com
as reclamações. Expõem que os “homens do grupo” são de caráter inconclusivo
cheios de promessas não cumpridas, cheios de “mimimi”. Oras, se você oferece um
serviço é direto pleno do contratante sondar e questionar. O fato é que os
homens podo na esperança de tentarem um primeiro contato respondem sim
prontamente aos tópicos que oferecem as sessões, mesmo que pra isso tenham que
se curvarem a ideia da submissão. Ou em alguns casos eles simplesmente ignoram
qualquer postura de Dominadora de quem tentou se impor, pois tal publicação foi
feita em um ambiente em que eles possuem o controle das coisas, e não o
contrário. Eles curtem a postagem. Eles comentam o desejo imenso que teriam de
estar aos pés exibidos naquela foto. E na esperança de viabilizar uma conversa
pelo inbox, eles até dizem que aceitam a condição do pagamento. Mas isso tudo
não significa que a próxima etapa seja o agendamento conclusivo. Afinal,
existem muitas opções para ele escolher! Discrepância de valores pretendidos. Tantos tipos de pés se oferecendo e
variados perfis de garotas. No final das contas, e na real, o que o exagero desses
grupos temáticos deliberou foi a composição de um cardápio de pés, para
clientes itinerantes.
Considerações
finais.
E então? Todos prontos para embarcar no universo da podolatria?
Por tudo que este artigo contempla, fica evidente que muita gente
está pegando carona no barco errado e ainda carregando um guia de viagem
incompleto ou mal formulado. Para não passar tais constrangimentos, imaginando
que está com a postura assertiva quando na verdade está afundando o pé na jaca,
a dica é: Mantenha os pés no chão e informe-se melhor.
Fetiche é uma coisa que se pratica com respeito.
Podolatria é um fetiche que contempla diversos tipos de princípios
e dosagens.
BDSM é um estilo de vivência erótica e/ou sexual, que reúne
condutas e práticas associadas.
O objetivo deste artigo não é
desmotivar as mulheres que acreditam ser capazes de oferecer serviços pagos de
podolatria – desde que entendam o território em que pisarão. O objetivo deste
artigo não é desmotivar homens que procuram por esse tipo de serviço e que
possuem pleno direito de ansiarem suas intenções conciliando-as com o processo
de pagamento junto a quem estiver de acordo.
Este artigo simplesmente se propõe a expor
fatos que são reais e a debater o quanto a imprudência com o fetiche podolatria
está prejudicando os próprios praticantes e atraindo para este meio uma
demandada de pessoas por vezes oportunistas, desinteressadas e despreparadas. Muitas
vezes os encantamentos sugeridos em imagens e dizeres postados em redes sociais
a respeito da prática podólatra fazem as pessoas idealizarem um universo
promissor de ganhos financeiros para as interessadas e de ótimas experiências
aos interessados, e tudo isso sem gerar o menor compromisso com
responsabilidades e conseqüências.
A maior vítima desta falta de
responsabilidade é o universo da podolatria.
A podolatria honestamente natural é
bem mais interessante e certamente mais desejada pelos muitos homens que
apreciam beijar os pés de uma mulher.
Às vezes, pagar por uma sessão de
fetiche é tão somente um meio de extravasar uma vontade acumulada dentro de si.
Para muitos é uma primeira oportunidade para a experiência inédita tão sonhada.
Não há nesse artigo a intenção de podar um podo. Mas sim o
propósito do esclarecimento para toda essa atmosfera que o fetiche podolatria
está absorvendo pela influência e invasão de pessoas que, por não serem
esclarecidas, impõem este caráter condicional de valores, constrangimentos e
humilhações atribulando a essência da prática.
O melhor do fetiche sempre foi e sempre será vivido a dois, com o
envolvimento de pessoas que realmente desejam a situação dos pés adorados, seja
na intimidade ou nas situações triviais do dia a dia.
A podolatria levou alguns anos para sair do status de algo
estranho ou até proibido, e enfrentou diversos preconceitos para atrair cada
vez mais mulheres a quimera da prática. Na realidade atual apresentada neste
artigo, percebe-se que a parte boa do contexto está se desvirtuando, e agora
algumas mulheres infelizmente tendem a vincular a prática ao conceito de
oportunidade remunerada.
O Portal Pé-Tá-Lá incentiva que casais
sempre assumam seus fetiches entre si. No caso da podolatria vale conversar
sobre o fetiche entendendo que é uma transa comum com elementos a mais. Nunca
se afogue na frustração das suas vontades contidas ou na vergonha de dizer suas
preferências pela parte do corpo do parceiro, seja qual parte for. A podolatria
verdadeira é curtida a dois e a recompensa para ambos é a troca de carícias.
Essa tendência de comércio de sessões pagas de podolatria, apesar de saciar as
pessoas que buscam por isso e também estão em seu pleno direito, infelizmente
acaba prejudicando a aceitação natural que o fetiche deve ter, pois propaga a
falsa ideia de que homens devem e gostam de pagar por isso. Ou também propaga a
imagem de que mulheres que aceitariam tal proposta seriam supostamente todas de
ímpetos vulgares, pois a fama de que todas cobram “atendimento” está aumentando
descontroladamente.
Com este artigo o Portal Pé-Tá-Lá
pretende fazer coro junto a todas as comunidades de podolatria onde muitos
membros participantes já começam a se queixar desse hábito “abusado” de ofertas
e cobranças por sessões.
Em grupos cujo chamariz é a palavra
ENCONTRO, ou grupos que se reúnem para CONTEMPLAÇÃO E DISCUSSÃO DO ASSUNTO o
surgimento de mulheres atrás de Likes e intenções agregadas de disputa de
atenção para seus anúncios incomoda a dinâmica e a essência das comunidades.
Muitos membros relatam que muito raras são as mulheres que topam encontro de
podolatria somente por aspiração e sem ambição. Desencantam as mulheres que se
dizem interessadas no contato com um podólatra, mas que em conversas por inbox
logo sondam a possibilidade de irem adiante se forem presenteadas ou receberem
algum benefício financeiro já que estão se predispondo a um encontro “diferente”.
A verdade é que esta “diferença” não
existe. Ela está sendo forçosamente cultuada apenas para justificar como
permitido e moral cobrar pelo fetichismo aos pés. Você quer arriscar mesmo
assim? Ok, apenas aceite que é permitido, mas não é diferente. E em um contexto
de pensamento coletivo a pessoa que aceita pagar está no direito de gerar a
interpretação que bem entender sobre quem aceita receber.
Por fim, você mulher que vai cobrar a
sua sessão a partir de XX reais... não espere ser tratada sempre com delicadeza
no seu inbox, por homens que tem esse tara de suposta submissão e por isso se
jogarão aos seus pés. Não se iluda achando que ter ibope de elogios em fotos
dos seus pés significa a solução de seus problemas em tempos de crise. E
entenda que não adianta muito bater o pé e se enfezar se a realidade do
“mercado de podolatria” não caminha tão bem, com tanta concorrência e tantos
podólatras que você – sem se preocupar em respeitá-los – os qualifica como pé rapado.
Neste universo da podolatria entre com
o pé direito, crie amigos, encontre parceiros e faça descobertas interessantes permitindo-se
experimentar novas trocas de sensações. Do contrário, aceite as conseqüências
de suas atitudes, e se meter os pés pelas mãos, o conselho que fica é: pé na
tábua.