Elas têm o público aos seus pés - parte 2
:::::::::::::::::::::::::::: texto by doug dink
Durante ensaio, atrizes aguardam momento de entrar em cena.
Es-pé-táculo e Es-pé-ctadores
No palco, atores e atrizes estão presentes exatamente para
se exporem. Mostrarão sua arte, dirão o texto, mas também irão sugestionar e
provocar com seus corpos e seus gestos. Cada público terá foco naquilo que
melhor lhe satisfizer durante a experiência. Antes que se considere “descabido”
defender que um espectador se interesse pelos pés de um artista em cena,
considere que o espetáculo em sua essência é feito exatamente para envolver e
hipnotizar pelo conjunto. Assim como há o público que se identificará com o
texto, também existe o público que observa atentamente um detalhe do cenário, da
iluminação, ou do corpo, o que, aliás, é muito comum no caso de atrizes
reconhecidas pelo grande público pelas formas de seus corpos esculturais e exploradas
por diretores para transmitirem apelos erotizados.
Os pés fazem sim parte de toda essa hipnose. E em muitos
casos eles cativam um olhar de forma propositada. Quem pode garantir que um
diretor, ou a própria atriz, não ensaiou determinada cena pensando no seu
efeito provocativo? Vide o caso de Quentim Tarantino, por exemplo, que assumidamente
explora muitas cenas dos pés das atrizes nos seus filmes. Leia mais.
Pé-ças infantis e adultas
Imagine a situação: Pai leva filhos para assistirem uma peça
de teatro infantil. Enquanto os filhos se divertem com os formatos e as cores
do figurino e do cenário, o pai está pacientemente estático, aguardando o final
da história. Não por acaso o que faz o pai ficar em um estado de quase nirvana
é a atriz em cena que permanece descalça o tempo todo.
Tal episódio é mais comum do que se imagina. Fetichistas
podólatras praticam muito o voyeurismo. Sentados ali na platéia eles são
capazes de passar minutos/horas observando só o desempenho dos pés. Em peças de
cunho infantil as chances das atrizes estarem descalças em cena é bastante
alta, isso porque o próprio universo das crianças vive em torno da atmosfera
das brincadeiras de pé no chão. Ao final, pais e filhos saem satisfeitos pelo
que puderem apreciar. Ambos se divertiram.
Atrizes se apresentam durante peça infantil.
Os pés descalços agradam tanto quanto a história.
Engana-se quem pensa que fazer associação do universo pueril
com o fetiche beire o impróprio. Pois o fetiche nesse caso é amplamente respeitoso,
contemplativo e é particular. Assim como tem o público que se encanta com a
coreografia de uma dança, parte desse público pode ater-se a performance dos
pés. É apenas uma conveniência de fatores. É a mágica hipnotizante do teatro
acontecendo internamente no indivíduo, não só pela qualidade, mas também por
suas es-pé-cificidades.
Bruna Theddy fica toda a peça sem sapatos para interpretar
a atriz francesa Brigitte Bardot. Sedução natural com os pés.
Já em peças adultas, aí sim a ousadia pode e deve ser mais
notada. Quando falamos do chamado teatro visceral e realista, estes exploram intencionalmente
a provocação dos corpos, assim como os textos encenados aspiram ir direto ao
ponto. Histórias de relacionamentos quase sempre tendem a falar de sexo, e na
hora do envolvimento em cena os atores irão simular o toque. O toque nos pés,
assim como já vem ocorrendo com freqüência em dramas televisivos é o ponto de
partida para muitas cenas mais calientes. O beijo nos pés se tornou uma espécie
de partitura para um casal em ação dar início a movimentos sugestionáveis de
que irão das preliminares até os finalmentes, e a concretização do momento se
dará de maneira inteiramente teatral, a depender do grupo que faz a encenação.
Clique para ver o acervo completo de fotos e videos de pés.
São nesses momentos que mais uma vez o público podólatra sai ganhando. Ele poderá assistir ali diante de seus olhos a cenas que são muito presentes na sua imaginação, ou que também são comuns em sua rotina junto a parceiras(os).
Em tantas outras vezes o fazer teatral tende a ser bem
explícito. Isso ocorre quando o assunto abordado é em torno do próprio fetiche,
ou fetiches. O espaço do teatro sempre possuiu uma liberdade maior para se atrever
a expor uma cena fetichista, muito mais que televisão ou cinema. Portanto não é
raro ver uma cena em que o beijo nos pés seja parte indispensável do texto, ou
então a simbologia de uma pessoa de joelhos diante de outra, a submissão e a
entrega por estar beijando os pés de alguém, isso conta muito para o impacto
pretendido, diante os olhares de uma plateia.
Bárbara Paz na peça Venus in Furs, baseado na obra de Sacher Masoch.
A cena em que ela ordena que ele beije seus pés,
Veja também em video na versão da Broadway.
Sobre o tablado, uma atriz estica os pés para exibir e
seduzir, cruza as pernas e balança seus sapatos, deita na cama com os pés
descobertos, corre descalça, pisa com força sobre a mão do agressor ou da
vítima... E durante todas essas possibilidades, conotativas ao conceito da
podolatria, o podólatra que assiste certamente estará muito mais envolvido com
a encenação do que todo o restante da platéia.
“Terceiro sinal. A peça já vai começar. Lembramos a todos
que é proibido filmar ou fotografar o espetáculo sem prévia autorização. Guarde
na memória todo o ex-pé-rimento visual adquirido e bom divertimento”.
:::::::::::::::::::::::::::: texto by doug dink
Veja mais cenas de apresentações de teatro onde os pés descalços acabam sendo o foco principal.
Juliana Knust substitu atriz Priscila Fantin na peça Vergonha dos pes
Cia de atrizes Russas
Foto divulgação: Romeo and Juliet - Broadway
Fernanda Rodrigues
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