PODO PODE! ENTÃO PEDE.
by doug dink
Não sei precisar com exatidão quando se começou a falar aqui no Brasil sobre a vontade que muitos homens sentem em beijar pés femininos. Mas sei que durante muito tempo mal se soube dar nome a prática, a tal da podolatria.
Posso começar a relatar o que sei a partir de meados de 1970. Tínha-se em material nacional as publicações do sempre citado Henfil (que era um podo-erótico assumido). Na revista Fradim, seus desenhos já brincavam com a idéia de se perseguir um pé feminino, revelando uma vontade assumida do artista. Por outro lado, era muito difícil achar qualquer tipo de material segmentado sobre o assunto a não ser conseguir algumas revistas adultas estrangeiras que já exploravam o tema. Só que o custo de material importado naquela época era caro. Então eram pouquísimas pessoas que compreendiam seu próprio fetiche de gostar de pés, beijar, cheirar e lamber, sem se sentir uma pessoa diferente com gosto excêntrico, e solitária no mundo.
Falar do assunto então? Isso era raríssimo de acontecer. Se você se abrisse para os colegas, virava gozação na hora. (bulling - coisa que támbém ainda não tinha nome lá nos "antigamentes").
Comentar do assunto para a família, ou pedir uma orientação aos pais? Não, isso não era atitude coerente. Aliás, até hoje, vamos considerar que tudo que envolve intimidade e desejos eróticos, nem sempre é bem vindo de se compartilhar com pai e mãe.
E falar diretamente para a namorada? Noiva? Esposa? Eis um grande e temido risco de estragar a relação. "Imagina? Dizer que quero beijar os pés dela e que me excito dessa forma?".
Pois é, durante um bom tempo, muitos podos enfrentaram dificuldades e adversidades até se sentirem bem com seu fetiche. E olha que a podolatria é uma prática de séculos. Não é inovação moderna. Só que sempre carregou um certo ar de "ousadia", já que a convenção social não dá muita moral ao sujeito que assume o gosto em ficar ajoelhado, curvado e se submetando a idolatrar um pé. Ainda que a simbologia esteja focada na eroticidade da situação, a "maioria" vai enxergar submissão e humilhação sempre que uma boca, lá em cima, se encontre com os pés, lá em baixo.
Foi com a propagação da internet que muita coisa no universo podólatra mudou. Começaram a surgir os sites sobre o assunto (a maioria adultos/pornográficos). Nessa fase eu já posso dar meu testemunho de experiência. Meados de 1995, e que maravilha ter acesso ao material estrangeiro (agora sim de forma mais simples), ainda caro com conteúdos privados, mas com fotos e videos demonstrativos sobre o tema. Para quem quisesse ir além, a moda era experimentar os famosos chats. Muita gente aqui no Brasil, iniciou amizades e relações a dois, descobrindo interesses em comum com o fetiche pelos pés, sem mais temer entrar no assunto, já que pelo computador, podia-se conversar "sem pudores" e sem mostrar a cara, para então ter coragem em correr o risco de ouvir uma resposta aprazível ou não.
O resultado com o avanço de tudo isso (sites de relacionamentos, fóruns de discussão on line, redes sociais, etc) é que nos dias de hoje o preconceito está imensamente menor.
E até quando o assunto é a conduta dos relacionamentos modernos, hoje em dia o correto é você se abrir logo com a(o) parceira(o). Intimidades e preferências específicas já fazem parte da conversa inicial de uma paquera. E o quanto antes você descobrir se sua parceira gosta ou não da mesma coisa que você é melhor.
Uma questão é fato! Mulheres tendem a ceder com fascínio e facilidade em ações e aventuras, por conta do parceiro. Elas logo topam. Elas curtem as inovações e etc. A palavra FETICHE conseguiu se livrar de conceitos subversivos e com esse avanço de moralidade, muitos homens, mulheres e casais de hoje frequentam sex shops e também clubes temáticos ou baladas quaisquer esbanjando um certo ar de "descolados" - dando dicas com gestos, falas e vestimentas de que tendem a oferecer um tanto a mais em seus mixes pessoais de segredos íntimos.
É dentre esses diferentes "mixes" que lá está ela: a podolatria. Uma grande conhecida pelas mulheres do séc XXI. Diferente de antigamente, em que se falava do gosto por adorar um pé e tocá-lo com a boca, e a primeira reação na cabeça delas era: psicopata ou tarado ou doente.
Hoje é bem comum grupo de amigas falando em podolatria ou experiências podólatras que já viveram. Elas falam o de sempre, sobre a tara por sapatos e sandálias e sempre tem aquela que motivada pelo teor da prosa, conta sobre um ex que fazia isso ou aquilo com os pés e os calçados dela. E como foi diferente! E como foi gostoso!
A dose de preconceito, sim, ainda existe quando, de fato, você precisa dizer que gosta de coisas ainda mais específicas, tipo: me pisa com força até marcar; me dá uma meia suada com bastante cheiro e tempo de uso; me deixa lamber e limpar seus pés sujos ... É preciso entender que a podolatria tem suas variações. Seus praticantes possuem cada qual o seu gosto. Tipo de unhas, tamanho do pé, detalhes de forma, cheiro, e uma infinidade de variações de cenas envolvendo pé, boca, sexo e coligados. Mas a fórmula da atração entre seres da mesma espécie, ainda é e sempre será a baseada na máxima: cada pé cansado tem que achar o seu sapato velho que sirva melhor. (e aqui a analogia faz mais sentido do que nunca!).
Concluindo a questão sobre o sinal verde para um bom papo entre casais (um papo com pé e com cabeça). Desde que veio a internet com informações distintas sobre tudo e principalmente sexo e afins, entrar no assunto podolatria já é algo simples e fácil de se fazer. Para quem gosta das variações mais específicas, o ideal é ser franco e ir aos poucos explicando o passo a passo da fantasia que se tem. Mostrar vídeos e fotos do tema sempre ajuda. Depois, curtir juntos as cenas clássicas de uma sessão podo e despertar na parceira a ideia do "tal poder" em se ter um homem aos seus pés.
Não existe receita certa. A receptividade das mulheres sempre será 50% - 50%. Mas repito, a vantagem dos dias de hoje é a facilidade pra se iniciar um diálogo ou no mínimo arriscar um "ataque podo" na hora H.
Nessa hora, muitas coisas vão se misturar na imaginação da sua parceira: o prazer, a situação, e tudo que ela provavelmente já ouviu sobre homens podólatras.
A podolatria a dois, uma vez que se dedica a lisonjear "o feminino" como musa a ser adorada e consequentemente se desenvolve fazendo a musa se sentir satisfeita, vai lhe dar muitos pontos positivos sobre você e sua performance como um "cara especial".
No final da transa, uma surpresa recíproca e pé-gajosa: Você certamente não vai querer largar do pé dela, e ela, não vai querer largar do seu!
:::::::::::::::::::::: texto by doug dink.