Há alguns dias o Portal Pé-Tá-Lá aderiu a onda do meme sobre
Raiz versus Nutella e desenvolveu o seguinte Meme:
Com a postagem, o número de seguidores da página subiu mais
de 300 em apenas dois dias. O número pode até não impressionar comparado a
tantas páginas de podolatria que recebem 500 inscritos por dia, quando postam
videos e fotos mais erotizadas de podolatria ou quando tem o apelo de perfis
femininos que postam incessantes fotos dos pés em busca de admiradores
virtuais, somente.
Mas o Portal Pé-Tá-Lá sempre priorizou o tema de podolatria
atrelada ao conteúdo das informações, dicas e episódios notados e comentados no
site. O crescimento de seguidores na página sempre ocorreu de forma mais tímida
visto que quando o assunto é podolatria, muitos buscam as imagens e satisfação
imediata e não necessariamente o texto e a reflexão sobre a compreensão do
fetiche.
::::::::::::::::::::: texto by doug dink.
Não há nada de errado em desejar somente ver fotos e videos
que incentivam o fetiche dentro de si. O fato é que sempre foi muito menor a
quantidade de praticantes que realmente adotam o fetiche como conduta de prazer
completo e constante, e não somente como tara de momento. Reconhecer a
preferência pelos pés como forma de prazer completo e constante faz com que o
próprio desenvolvimento do fetiche na hora de abordar parceiras, ficantes,
namoradas e esposas seja muito mais natural e sem medo de reações contrárias,
visto que a aceitação pelo fetiche é uma vitória e não um fator de
desmerecimento.
Com um meme de cunho crítico e esclarecedor, a adesão de 300
seguidores em 48 horas na fanpage do Portal Pé-Tá-Lá serve – de certa forma -
para contemplar todo o trabalho pelo qual o site tem se esforçado desde a sua
criação em 2008.
O fato citado demonstra que dentre os muitos freqüentadores de
grupos sobre podolatria na rede, uma boa parte presente e antenada está sim
interessada na preservação do conceito positivo do fetiche e não do conceito
depreciativo.
Conforme postamos recentemente, a podolatria passa por uma
crise de identidade nas redes sociais, ocasionada por diversos motivos, mas o
que tem ocorrido com mais freqüência é o fato de muitas pessoas estarem
chegando ao universo do fetiche com a compreensão pouco esclarecida sobre a
diferença entre “gostar do fetiche” e “realizar o fetiche”.
Gostar do fetiche é desejá-lo como acréscimo na forma de
entender uma relação a dois e a intensificação dos prazeres envolvendo ele
(fetiche – no caso, os pés) na transa.
Realizar o fetiche é tão somente dizer “ok eu topo”, e a
partir daí lidar como uma série de interferências de condições e que não
corresponde à mesma intensidade de desejo do parceiro(a).
Quando o meme se propõe a diferenciar podolatria raiz de
podolatria nutella, a ideia é contrapor a forma real e honesta com a forma
falseada e “enfeitada”. Assim como sugere o conceito originário do meme que vem
sendo aplicado a diversas questões e temas pelas redes sociais.
Uma coisa que leva a outra.
Logo de cara o meme diz que podolatria raiz contempla homens
que com carinho pelo fetiche querem encontrar suas parceiras para estender este
carinho a elas e aos seus pés, enquanto a podolatria nutella agrupa os homens com
caráter apelativo que abordam essas mesmas mulheres de forma incisiva para dizer
um elogio ao mesmo tempo em que cobram pela atenção delas, fazendo parecer que
elas possuem obrigação de alimentarem cada vez mais o fetiche deles.
É de se considerar que o aumento de homens com o fetiche podolatria
e que agem desta forma nutella referida se deu e se dá exatamente pelo aumento
de perfis das garotas feets que publicam suas fotos, com provocações e dizeres convidativos,
e que no entanto não estão na rede para fazerem contatos e sim apenas criar uma
leva de seguidores que as elogiem e as notem virtualmente. Talvez isso se explique
pelo propósito de uma geração atual que ingenuamente busca reconhecimento
virtual em número de seguidores, pois considera isso um suposto status de
importância.
Mas verdade seja dita. Na podolatria, e melhor colocando, no
mundo do erotismo virtual, este status de importância medida pela quantidade de
seguidores não faz muito sentido, visto que para qualquer assunto que trate de
erotismo sempre irá predominar a seguinte regra:
maior desinibição = maior visualização.
Ou seja, quando o assunto é erotismo, o visual pode até
chamar mais a atenção, porém nem sempre tem a mesma relevância de notoriedade. Atrai
apenas quantidade.
Assim como citado no início deste artigo, sobre o caso
ocorrido com a própria fanpage do Pé-Tá-Lá. Não se trata de um site com
conteúdo explícito e apelativo, logo a quantidade de seguidores tende a ser
modesta, porém os que aos poucos demonstram admiração pelo propósito do site é
que de fato representam o seu real valor de importância.
Vale ainda dizer que toda e qualquer mulher tem o seu
direito livre de postar a foto que bem entender (ainda que cientes e
intencionando provocação). Aos homens (ainda que se sintam injuriados ao
constatarem que foram apenas atiçados) caberia certa dose de bom senso em serem
mais sutis ao desejarem abordá-las, mesmo que virtualmente. Mas infelizmente
esta é uma questão em que sempre haverá este conflito: Machos quando observam
Fêmeas que se exibem, eles por instinto acabam por ter atitudes “animalescas” relatadas
nas constantes reclamações das mulheres, sobre o teor das mensagens que recebem
no inbox.
Garotas Feet e Garotas Feet Profissionais.
É preciso rebatizar a nova leva que adentrou no meio
fetichista. É preciso deixar evidente que agora, no universo da podolatria,
existem dois grupos de mulheres, com focos semelhantes, mas diferentes.
Nota: o termo Garota Feet surgiu na própria internet, junto
a grupos antigos que sempre se comunicaram sobre podolatria e para facilitar a
comunicação optaram por chamar as mulheres praticantes do fetiche e na condição
de receberem a podolatria de garotas feet; enquanto os homens e adoradores(as)
ficaram com a designação de podólatras.
A crítica feita para a atual Podolatria Nutella tem o
propósito de deixar bem claro que a podolatria paga não condiz e não acrescenta
nada para a essência do fetiche. A podolatria paga é tão somente um jeito de se
prestar um serviço para atender a um cliente, como qualquer outro serviço de natureza
semelhante. Essa oferta deste tipo de serviço sempre existiu (com pés, seios,
bunda, corpo, e o que for) e não é novidade nenhuma. A única novidade é que
mais pessoas (mulheres) estão a conhecer sobre podolatria por causa dos vários
grupos e adeptos que se manifestam pelas redes sociais, e ao descobrirem o
fetiche estão tendendo a apreciar a ideia de que podem ganhar dinheiro (explorando
o corpo e preservando partes íntimas) enquanto os caras querem apenas lamber
seus pés. Estas são as Garotas Feet Profissionais.
Só que; pensar que os caras pagam, a mulher ganha e a
experiência é compensadora é o engano mais comum que ocorre. Sessões pagas de
podolatria são repletas de adversidades que devem ser levadas em conta, e o
Portal Pé-Tá-Lá já exemplificou bastante desta realidade na postagem indicada a
seguir, para quem se interessar em saber:
A queixa constante dos adeptos homens da podolatria e também
a queixa implícita no meme é de que as Garotas Feet Raiz parecem estar sumindo
do mapa.
Aqui, duas coisas devem ser explicadas:
Primeiro.
As garotas feet sempre existiram em um número muito baixo
comparado a quantidade de homens que gostam de pés. As garotas feet são as que
descobrem podolatria por conta própria, ou estimuladas por amigos, namorados,
ou por matérias em revista ou fotos, etc. São as que se encantam pela proposta
da idolatria aos pés e desejam que suas zonas erógenas nos pés sejam
infinitamente exploradas a fim de lhes despertar o mesmo tipo de prazer que o
podólatra sente ao adorá-los. Uma vez que tomam conhecimento da prática e da
existência de parceiros que se dedicam a isso, a relação de busca e troca de
afinidades passa a ser tão igual a de qualquer situação de
paquera/flerte/namoro.
Segundo.
O aumento do número de garotas feet profissionais é que está
fazendo parecer que as garotas feet raiz estão cada vez mais escassas. Hoje em
dia, há uma enorme facilidade em encontrar perfis de mulheres buscando pela
podolatria, mas atribuindo preço para sessões e encontros. Devido a este
comportamento (que predomina no cenário atual), fica parecendo que as mulheres
de fato simpatizantes do fetiche e ansiosas em encontrar parceiros é que são as
desorientadas.
Este é talvez o maior dos “perigos” que a podolatria tem
enfrentado.
Em tempos onde as relações entre homens e mulheres estão
cada vez mais modernas, em tempos de chats e aplicativos que possibilitam o
encontro causal sem amarras a conceitos morais e com foco na felicidade de se curtir
e aproveitar o momento, percebe-se que a opção dos que desejam aproveitar disso
tudo mais a podolatria vai ficando para trás e perdendo grandes chances, pois existe
esta tendência intitulando que a podolatria se reduz ao experimento de uma
atividade a ser paga.
É exatamente contra isso que os podólatras raiz mais reclamam!
Todos os interessados, homens e mulheres, podem e devem
realizar encontros e descobrir as sensações da prática com a feliz certeza de
que o saldo é positivo para os dois lados. Como em qualquer transa, intensa ou
causal, os dois lados saem satisfeitos por igual.
A PODOLATRIA RAIZ NÃO É O ÚNICO JEITO
DE SE PENSAR NO
FETICHE.
MAS É NA PODOLATRIA RAIZ QUE ESTÃO OS PRATICANTES HOMENS E
MULHERES QUE SE APROXIMAM,
COMO EM QUALQUER TIPO DE ATRAÇÃO,
E COM DESEJO EM
COMUM PELO FETICHE.
Se existe a tendência das garotas feet (que agora atribuem
valor para algo que outras desejam por simples prazer) é tão somente porque
algumas perceberam a brecha existente neste cenário com pouca oferta e grande
procura. E conseqüentemente, se esta tendência consegue se sustentar é porque
existe o público que escolhe, ou que considera que a investida vale a pena, ou
que tem as alternativas cobradas como rara opção para a prática.
O argumento da Garota Feet Nutella.
Antes de qualquer coisa é preciso dizer que praticantes de
fetiche não precisam viver se explicando. É definitivamente brochante um
fetichista (homem ou mulher) ficar se defendendo. O problema é quando a defesa
do(a) fetichista parece querer transformar o seu argumento em razão. É aí que
está o erro. Nenhum dos lados tem a razão completa. Ambos os lados necessitam
apenas da aceitação, cada qual pelo argumento do outro, e a partir de então é o
famoso cada um no seu quadrado.
Existem grupos em redes socais onde o título é direto:
“Sessões pagas de podolatria”.
Só pelo nome do grupo fica evidente que ali devem se reunir
as pessoas que oferecem e as que aceitam pagar por podolatria. Não faz muito
sentido estar nesse grupo a não ser que o seu interesse seja o de escolher
algumas das garotas feet profissionais anunciantes para satisfazer o seu
fetiche. Ou, como é o caso da maioria, o seu interesse pode ser apenas o de
olhar e se contentar com as fotos postadas, sem intenção de aquisição e sem dar
trela para discussões. O que não adianta é estar em um grupo com este nome (ou
semelhante) e viver a se queixar do preço cobrado ou da falsidade e da
superficialidade que o assunto podolatria é tratado dentre os participantes. Por
outro lado, em grupos assim o que se observa, e há de se entender como “amarga
conseqüência”, é a crítica ao atendimento efetuado e também a aparência dos pés
exibidos nas fotos publicadas.
Neste caso é a vez das anunciantes igualmente
compreenderem que estão sujeitas a isso, pois se o grupo é sobre oferta de
serviço é natural que os julgamentos e/ou elogios também transcorram de forma
sem censura por ali, afinal é o ibope da clientela que faz a fama do produto.
Clique para ver o acervo completo de fotos e videos de pés.
Um fator que talvez poucos se dão conta é que às vezes um grupo ultrapassa 5, 8, até 15 mil membros, mas isso não é porque todos ali ingressaram com interesse. Muitos dos membros são adicionados por colegas ou moderadores - basta um clique no botão convite do facebook e um perfil automaticamente é inserido - e isso faz parecer que a oferta de pessoas é grande, mas muitos nem sabem que fazem parte daquilo. Em verdade nem 15% dos membros participam efetivamente do fórum.
Este fato, de haver poucos participantes (ou sempre os
mesmos) dando atenção minguada aos anúncios das garotas feet profissionais nos espaços
destinado a elas, faz acontecer um segundo efeito que é quando elas “com
empenho profissionais” começam a publicar anúncios em outros grupos onde o
interesse é pela podolatria, sem a necessidade de se envolver a condição do
pagamento e de mimos.
Nestes grupos (que são diversos) a quantidade de perfis
participando e interagindo é bem maior, e é ai que surgem alguns dos embates
(alguns infames) que algumas Garotas Feet Pro tentam impor em discussões.
Vejamos alguns deles em vermelho e abaixo as nossas considerações:
1 - Eu sempre gostei de podolatria, faço com muito gosto e cobro
sim. Existem várias dominadoras que cobram e escravo que reclama é falso submisso.
A falta de compreensão ao fetiche e suas variantes é sem
dúvida a maior causa de atrito entre os praticantes. A podolatria não é um
fetiche realizado só por dominadoras, e os homens que querem beijar pés não são
todos escravos. Como já foi dito neste texto e em vários outros textos deste
blog, a podolatria é naturalmente uma prática de contemplação. Muitos homens
podólatras veneram os pés de mulheres com carinho e afeto, desejando excitação
e troca de carícias. Existe também, para alguns, o jogo de dominação envolvendo
a podolatria, afinal a simbologia de se curvar aos pés de outra pessoa é muitas
vezes visto como um ato de submissão e entrega. Mas aí é preciso ter
conhecimento de que qualquer fetiche possui variações e a podolatria posssui
diversas. Escravos e submissos beijando pés de mulheres dominadoras, sofrendo
humilhações e até pagando pra isso, é uma constante dentro de um jogo erótico
chamado BDSM. Para o BDSM existem muitos outros fóruns de discussão onde os
praticantes já informados estão presentes, compartilhando experiências e
buscando parceiros(as). E ainda assim, no BDSM não existem só as dominadoras
que cobram. Muitas mulheres dominantes buscam companheiros e formas de
relacionamentos, não estando interessadas em ter clientes. Já as que pedem
tributo, são chamadas de Dominadoras Profissionais e ao se apresentarem como
tal geralmente precisam demonstrar uma boa bagagem de técnicas, pois as
práticas completas do BDSM, se feitas de forma leviana, podem causar danos
físicos e psicológicos.
Na argumentação 1, está bem claro a necessidade de se
dividir e instruir o propósito entre Garotas Feet e Garotas Feet Profissionais.
Pois estas do segundo time são as que anseiam ter o status uma Dominadora
Profissional, para poder cobrar como ela, mas oferecendo só uma parte dos
serviços que ela oferece (a podolatria com dominação). Conseqüentemente serão
notadas por cobrar um valor mais baixo e por demonstrarem aptidão mais
limitada.
No geral, a comunidade podólatra já as desvendou e as aceitou. Resta elas
aceitarem-se a si mesmas, na função que escolheram.
2 - Tudo tem seu preço, nada sai barato nessa vida. Quer
podolatria grátis? Vai beijar os pés da sua mãe.
Se você ler este modelo de comentário em um grupo onde o
propósito é a venda de sessões de podolatria, admitamos que a razão está do
lado da pessoa anunciante. Porém, pelo simples teor notoriamente hostil, você
já consegue supor o tipo de caráter que vai encontrar na sua tão sonhada
sessão. E se fores adiante, boa sorte!
Agora, sobre tentar referir a prática da podolatria sem
envolver dinheiro a algo considerado inviável, eis uma besteira sem tamanho.
É devido a argumentações assim que é preciso sempre
reforçar: DESEJAR A PODOLATRIA não condiciona ninguém ao submundo do tesão
proibido e que custa dinheiro.
Este artigo já exemplificou acima sobre as Garotas Feet que
não são profissionais. São as mulheres que por desejo ao fetiche querem praticá-lo
e sabem que muitos homens estão em busca de suas cinderelas reais. Muitos
homens e mulheres envolvidos na podolatria desejam a paquera, o namoro e até o
casamento. Ou ainda, desejam a curtição, a saída a dois e a simples realização
de suas vontades íntimas, como qualquer casal.
Algumas pessoas com afinidades compatíveis possuem a sorte
de se encontrarem. Outras usam a internet na esperança correta de localizarem
parceiros(as). Convenhamos, a podolatria paga é sempre a última opção.
3 - Cobro sim, porque tenho custos para cuidar dos pés, não
existe pedicuro de graça.
... ... ... !!! ... Bom, partindo desta lógica, se uma
mulher desejar encontrar um cara com sorriso bonito para beijá-lo na boca, ele
pode cobrar pelos valores que lhe foram debitados na consulta ao dentista!
E por aí vai... (risos)
Francamente. Não faz o menor sentido uma garota justificar
que vivenciar a podolatria deve ser uma experiência cobrada devido aos custos
com pedicuro. O correto seria dizer: “Tenho pretensões de usar os pés como
fonte de renda, fazendo sessões, e preciso estar com o material de trabalho em
dia para os possíveis clientes”.
Mais uma vez, o que se percebe em demasia nos conflitos atiçados
pelo meme “Podolatria Raiz vs. Podolatria Nutella” é a relutância – nutella -
em aceitar que ao cobrar uma sessão, a pessoa está estabelecendo a relação de serviço.
E por mais que a situação do atendimento lhe seja agradável, assumiu-se
diretamente uma obrigação a cumprir, da mesma forma em que se impõe para a
outra pessoa, o dever de pagar.
Já na Podolatria Raiz, viva o divertimento! Sem cobranças de
nenhuma das partes. E todos certamente sairão felizes.
Em tempo: O meme desenvolvido pelo portal Pé-Tá-Lá não tem
intenções de apresentar a exibição dos dizeres como detentor da razão, ditando
o certo e o errado. Porém o meme foi sim desenvolvido a partir da contemplação do
comportamento de um grupo significativo de praticantes do fetiche reunidos
pelas redes socais, e também grupos presencias e afins, e que se manifestam com
suas diferentes maneiras de pensar. Considerada a reação do público, chega-se a
conclusão de um fato avaliado e registrado.
Em tempo 2: Brincar com o creme de nutella na podolatria, fica
uma delícia! Vá em frente.
............................ texto by doug dink