O programa de humor tem como mote brincar com determinadas situações apelativas para fazer com que o programa aumente e mantenha seu índice de espectadores sintonizados no canal já que nos dias de hoje ter PONTOS NO IBOPE, custe o que custar e independentemente de qualidade, parece ser o único objetivo de praticamente todas as emissoras, para atrair patrocinadores e garantir assim o sustento de uma produção. Tata Werneck surgiu em cena deitada em uma maca com os pés e pernas cobertos por doces e calda de chocolate.
O objetivo da “apelação” era impor aos demais a obrigação de lamber e comer os doces naquela condição. O que parecia um desafio para atestar a coragem dos escolhidos a se submeterem aos pés da atriz acabou se transformando em um desafio bem maior para a própria Tata que demonstrou total desconforto com a situação, muito provavelmente por ela não ter aptidão nem o interesse pela prática da podolatria. Aqui no blog PÉ-TÁ-LÁ já falamos sobre o entendimento que as mulheres costumam ter sobre podolatria. (clique aqui para LER O POST “O QUE ELAS PENSAM SOBRE A PODOLATRIA”).
Enquanto algumas descobrem o fetiche por pés graças a iniciativas de seus parceiros ou até mesmo por interesse próprio, outras tantas apenas têm o conhecimento superficial desta “tara masculina’ mas não sentem vontade de aderir a prática por diversas razões. Mas, a razão da recusa mais comum é a questão de sentirem nojo. Aqui vale uma enorme pausa reflexiva a respeito do que foi citado.
Falar em nojo por tocar os pés com a boca e a língua é uma questão bastante questionável, afinal, é com a boca e a língua que se realizam diversas outras práticas muito mais ousadas e abusadas entre casais em momentos íntimos e até públicos. Porém a culpa por essa associação limitada está diretamente atrelada ao padrão de comportamento social que todos nós somos submetidos desde a infância. Todos nós crescemos sendo bombardeados com critérios e imposições do que a conduta social entende como certo/errado, normal/anormal, e por aí vai...
Mas antes que esse post ganhe ares de uma discussão psicológica, vamos retomar que o nosso assunto é fetiche e infelizmente ainda são poucas as pessoas que conseguem se libertar desses tais padrões de conduta social para se permitirem novas experiências, quando adultas. E, em relação ao sexo, ficam na frente àquelas que já descobriram infinitas possibilidades saudáveis de aderir a práticas eróticas alternativas em sua rotina de interesses eróticos, visando o prazer mútuo entre os parceiros.
O nojo que a apresentadora demonstrou sentir tem muito a ver com esse conceito normalmente imposto: pés são sujos, e às vezes cheiram mal. Muitas pessoas não suportam essa ideia de enxergar eroticidade em um pé, pois eles servem para andar. E só. Simplórios os que pensam assim, mas devemos compreender os que gostam e os que não gostam. E Tatá não gosta. Apesar de ser uma comediante supostamente disposta a qualquer brincadeira, naquele momento percebia-se claramente que brincar com os seus próprios pés não fazia parte dos interesses dela e para o programa estava sendo uma enorme exceção.
A prova disso é a reação de seu parceiro Fábio Porchat que aproveitou a situação de improviso para sacanear moderadamente a colega constrangida.
Clique para ver o acervo completo de fotos e videos de pés.
Veja neste outro vídeo uma cena de novela com a atriz em que novamente ela está submetida a ter seus pés adorados. Tatá é uma atriz conhecida por sua habilidade em improvisar e é comum vê-la em cena dizendo textos que não necessariamente são redigidos para ela. Foi o que ocorreu nesse trecho a seguir da novela I Love Paraisópolis, quando um personagem mordomo fez questão de agradecer por uma benevolência que recebeu de sua patroa atirando-se aos pés dela e da amiga (Letícia Spiller e Tatá, respectivamente).
Apesar de cenas assim serem ensaiadas antes de gravadas, e provavelmente os atores terem ideia do que fariam, no material que vai ao ar a atriz novamente assume que não tem afinidade com a podolatria. Nem na vida real, nem na ficção.
Aos fetichistas e praticantes fica mais uma vez a dica de que não podemos julgar uma reação de recusa pela podolatria, assim como não queremos ser julgado por desejá-la. Há gosto para tudo. Resta agora os programas que fazem de tudo em busca por audiência reconhecerem que às vezes para manter os números do Ibope lá em cima, é preciso mostrar tudo que está lá embaixo.
.................. texto by doug dink
